Teatro Evolução:
a arte do encontro; um ponto de partida e as conexões
Jonas Lemos, criador e diretor do Grupo Evolução
O Grupo Evolução festejou, em 2017, 50 anos em atividade com a estreia do espetáculo “A Lição”, de Eugene Yonesco; aqui na Sala dos Toninhos; em 2019 remonta A Cantora Careca, espetáculo do repertório do grupo por décadas.
Hoje contamos 56 anos do Grupo Evolução em cartaz; cinco décadas e meia criando. Além dos espetáculos: tetos, chãos, lonas, espaços físicos para as descobertas inerentes a experiência artística; muito além: territórios de construir pontes e costurar relações edificantes e, por muitas vezes duradouras – o legado. Mais de meio século dedicado ao fazer e viver artístico, principalmente o teatro, arte adotada por seu criador, condutor, “bancador” e maestro maior, Jonas Lemos.
Jonas criou o grupo em 1967, dentro da escola também dirigida por ele. Um espaço que abriu horizontes para jovens incomodados com as contradições daqueles tempos sombrios. A criação do grupo de teatro fez com que se inaugurasse ali, nos porões do Colégio Evolução, um local de discussões e efervescência cultural e política que encontravam no teatro a forma de reverberar os gritos de resistência que ecoavam. Foi neste ambiente, forjado por Jonas, que nasceu, da gana e busca do seu bando, um dos embriões para a construção de um novo e moderno movimento negro do Brasil. Este lugar foi transformador e fez com estes jovens se tornassem emblemáticos agentes transformadores na sociedade, sendo pioneiros e, até hoje, atuantes na militância cultural e modelo de gestão popular no Brasil e na América Latina, como a Casa de Cultura Tainã, Urucungos Puítas e Quijengues e a obra de Mestre Lumumba, para citar alguns.
Na sua missão de propiciar o conhecimento, seja por meio da educação ou da arte, Jonas sempre foi o “ponto de partida” de pessoas que se encontraram e se reconheceram sob o pretexto da experiência estética do teatro e, a partir desses encontros, revelaram-se lideranças autônomas e empoderamentos orgânicos de mais de uma geração de criativos incomodados; protagonistas de ações transformadoras. Entre tantos encontros promovidos, o seminal encontro de Lumumba e de TC Silva, no pioneiro Teatro/Grupo Evolução é a faísca e o fogo inaugural.
Jonas, agitador cultural por excelência, foi o dono do circo; dos galpões, dos barracões; foi o menestrel dos encontros, preparou a casa e recebeu pessoas. O Grupo Evolução é um capítulo obrigatório para entender a história não apenas do teatro praticado nas últimas décadas, na cidade, mas para refletir o fazer e a agitação cultural de outros períodos até hoje.
Jonas Lemos nasceu em Jundiaí, mas veio com a família morar em Campinas aos 17 anos.. Aqui se iniciou no teatro em 1963, com a peça “Subdesenvolvido”; no UCES – União Campineira de Estudantes Secundaristas. Em 1967 montou na Rua Sacramento, o Colégio Evolução, e imediatamente tratou de ter seu grupo teatral. Logo mais, em 1971, após Jonas sair da prisão, onde esteve por questões políticas, conheceu Lumumba e TC, que se conheceram nos fundões das classes do colégio, que, assim como outros alunos e alunas, foram atraídos pelo teatro praticado nos porões do colégio. O Teatro/Grupo Evolução já era uma verdade.
O trabalho que se iniciou para revelar e lutar contra o preconceito e o grupo, composto em sua grande maioria por negros e negras, foi tomando consciência de sua identidade racial e, nessa época, conectados com os movimentos, entre eles dos Panteras Negras, o grupo foi tomando forma consistente de militância, através das artes, da identidade e das conexões pelo Brasil, por meio das vias férreas, na construção e solidificação do moderno Movimento Negro do país.
O grupo Evolução, então, era composto por umas 25 pessoas e, por conta da militância, os brancos cotistas foram saindo e entrando outros negros e negras. Jonas era o diretor mas a criação era coletiva… foi quando Jonas também deixou o grupo para ele ser inteiramente composto por artistas negros e negras. Foi quaundo o Teatro Evolução se consolidou como o primeiro grupo na cidade (região) a tratar das questões raciais de maneira tão profícua que encontro eco no Rio de Janeiro e na Bahia, em interlocução com o que viria a ser mais tarde o Ilê Aye e Olodum, se fundou o Movimento Negro unificado.
Grupo Evolução – espetáculo Sinfonia Negra (1972)
Histórias contadas por Jonas Lemos, criador e diretor do Grupo Evolução, no programa web tv Teatro Evolução; gravado e transmitido da Casa de Cultura Tainã, pelo Coletivo Socializando Saberes e produzido por esses e pelo Ponto de Cultura NINA – 22 de setembro/2019 – assista na íntegra: socializando saberes no Youtube)
– TC Silva; fundador e liderança da Casa de Cultura Tainã, referência em territórios culturais e outras; vive em Campinas
– Mestre Lumumba é músico e compositor e Mestre em cultura popular; vive em São Luiz do Paraitinga-SP;
– Jonas Lemos é ator e diretor teatral; vive no palco, em Campinas.
O Grupo Evolução festejou, em 2017, 50 anos em atividade com estreia do espetáculo “A Lição”, de Eugene Yonesco; produzido pela Rede Usina Geradora de Cultura e Ponto de Cultura NINA; na Sala dos Toninhos. Em 2019 remonta A Cantora Careca, espetáculo do repertório do grupo por décadas.
As Casas de Cultura de Campinas
Por Marcos Brytto
Marcos Brytto / Casa de Cultura Aquarela (Anos 90)
As Casas de Cultura da cidade de Campinas são espaços de renovação, de encontros comunitários, de fortalecimento da sociedade, de aprendizado do convívio, da empatia, da solidariedade e de afirmação de todas as identidades. As Casas de Cultura de Campinas que hoje dialogam entre si e com a gestão pública no sentido de produzir políticas públicas que lhes assegurem a permanência, o desenvolvimento e a continuidade de suas práticas culturais em seus territórios tem um embrião histórico que perpassa por um recorte da história de Campinas.
Uma experiência de gestão cultural digna de menção foi a implantação, em Campinas no fim dos anos 1980 e início do 90, das Casas de Cultura que surgiram em casas de Cohab, sede de associações de moradores, armazéns desativados etc. Desde então, algumas Casas de Cultura perderam a vida, outras sobreviveram e outras foram criadas. Os Pontos de Cultura, conceito que se tornou política cultural nacional a partir do governo Lula (Programa Cultura Viva), surgiu a partir das experiências dessas Casas de Cultura.
No entanto, o fato de os agentes culturais de Campinas junto com a gestão municipal dos últimos oito anos terem conseguido regulamentar o Plano Municipal de Cultura traz perspectivas para, finalmente, implantar-se uma política de cultura de longo prazo que pense a cultura da cidade para a cidade. Outro fator que pode favorecer um pensamento de produção e circulação territorial de cultura em Campinas é a configuração do novo Conselho Municipal de Política Cultural e o maior peso dado aos territórios com suas Casas de Cultura e às câmaras setoriais de Cidadania Cultural e Culturas Populares Tradicionais.
TC Silva, da Casa de Cultura Tainã, Alceu Estevam e Roberto Boni do Urucungos e Marcos Brytto da Casa de Cultura Aquarela, no final da década de 80 fundam as primeiras Casas de Cultura do Município de Campinas.
Trilha Griô nas Terras do Boi-Falô, Pontos de Cultra NINA
e Urucungos, Puítas e Quijengues – Campinas (2011)
Roberto Boni / Ator Teatro Negro | Bispo do Rosário – Sala dos Toninhos
A Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos
Ato de reabertura dos portões da Estação; agora Estação Cultura (Março/2001)
Em 01 de janeiro de 2001 a cidade elegeu para prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT. Em início de mandato começou a pôr em prática diversas ações para a preservação e democratização dos usos e funções de edificações icônicas do poder, a exemplo do Palácio dos Azulejos e da Estação Fepasa: destinar o patrimônio cultural ao uso público com caráter popular e anti mercantil, esse era o foco do programa de governo.
Então, após ter instalado seu gabinete popular no Palácio dos Azulejos, em 15 de março de 2001, Toninho reativou o relógio da Estação Fepasa para demarcar a reabertura da antiga estação como espaço público municipal, anunciando suas intenções de fazer do Complexo Ferroviário um local de usufruto público.
A ocupação cultural do Complexo do Patrimônio Ferroviário foi idealizada para oferecer à população um dos equipamentos culturais mais democráticos da cidade. Essa ação não chegou a ser efetivada com sua presença, pois em 10 de setembro de 2001, Toninho do PT foi assassinado ao voltar para casa depois de um dia de trabalho. Um assassinato que marcou profundamente a história política de Campinas.
Mas, os propósitos anunciados pelo prefeito Toninho foram continuados por sua sucessora, Izalene Tiene, que deu seguimento a seu projeto de garantir a função pública do patrimônio ferroviário. Assim, em agosto de 2002, a prefeita Izalene Tiene, o secretário e os trabalhadores da Secretaŕia de Cultura com apoio de diversos ativistas culturais, somaram forças para implementar o projeto de consolidar no Complexo Ferroviário um espaço público de cultura, educação, lazer e memória, que então recebeu o nome de Estação Cultura.
No emblemático dia 11 de agosto de 2002, 130 anos após a inauguração da Estação da Cia Paulista de Estrada de Ferro, onze meses depois do assassinato de Toninho, foi inaugurada a Estação Cultura. Uma intensa e constante programação de atividades artísticas e políticas passou a ocupar salas, pátios e plataformas. Em 09 de setembro de 2011, o então prefeito Demétrio Vilagra (PT), pelo decreto número 17.402, determinou que o Complexo Cultural localizado na Praça Floriano Peixoto, s/n, passasse a ser denominado Estação Cultura Prefeito Antonio da Costa Santos”. Importante destacar que a história da Estação Cultura, iniciada em 2002, tem em sua origem o objetivo de fazer com que a emblemática estação férrea cumpra o papel político de abrigar uma diversificada programação de atividades gratuitas, com amplo e irrestrito acesso à lazer, conhecimento, debate político e, principalmente, ser um dos espaços de efetiva participação popular na gestão da cultura e do patrimônio cultural de Campinas.
Idealizada como prática cultural que visa o exercício efetivo de direitos, desde o início da implantação da Estação Cultura, parte do espaço do complexo cultural esteve destinado a ser gestionado em atuação conjunta com coletivos e grupos comprometidos com a mais ampla diversidade, a gratuidade e a prioridade para manifestações culturais não vinculadas ao mercado e aos interesses empresariais.
A instalação da Estação Cultura foi iniciada tendo como inspiração a memória das lutas populares, a exemplo das travadas por movimentos sociais da classe trabalhadora, em especial dos ferroviários e ferroviárias. Neste sentido, a efetiva participação popular na gestão dos espaços e dos recursos públicos foi o trilho condutor da criação da Estação Cultura em agosto de 2002. Essa opção pela co-gestão foi proposta sem que o poder público fosse desobrigado, ou que viesse a relegar e/ou terceirizar sua tarefa e dever de prover a manutenção e recursos necessários para ações culturais, contratações de serviços e destinação de servidores públicos para o espaço.
A origem da criação da Estação Cultural e do uso público do Complexo Ferroviário faz parte da história da luta por um projeto de política pública de cultura que não se coaduna com os interesses privados e privatistas.
É com este legado que grupos e coletivos têm travado a continuidade dessa ocupação; a exemplo da atuação da Rede Usina Geradora de Cultura na Sala dos Toninho, que em 2023 completará 10 anos de atuação. Grupos de capoeira, hip hop, maracatu, banda, dança, teatro, literatura, entre outros coletivos culturais vêm atuando na Estação Cultura como continuadores deste projeto, embora em contexto político diverso.
São de grande importância e merecem registro as ações de gestão colaborativa com que coletivos e grupos têm mantido a Estação Cultura ativa e que se somam à uma frente de pesquisadores e ativistas da memória social e do campo das artes, que conjuntamente vêm demarcando a necessidade de seguir travando a batalha para garantir a permanência do uso público do Complexo Ferroviário de Campinas, principalmente em sua vocação como espaço das lutas culturais históricas da classe trabalhadora.
A garantia da continuidade do legado originário do projeto público da Estação Cultura é uma tarefa coletiva de toda a comunidade cultural de Campinas.
Prefeito Antônio da Costa Santos acionando o relógio da Estação (Março/2001)
Apresentação de teatro popular durante o Arraial Cultural da Estação, realizado pelo Ponto de Cultura NINA e Rede Usina Geradora. As 3 edições do evento somaram
mais de 20 mil de público e tradicionalmente conta com a participação de 15 grupos de cultura popular da cidade (Rede Cultura Viva), além de movimentar uma
economia comunitária/solidária com o Festival Delícias da Roça e a Feira de Artesanato.
Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura (2014 – 2016)
Por Maria Cecília Campos
Em janeiro de 2014, quando fui nomeada para a coordenação da Estação Cultura pela Secretaria de Cultura, fiquei pensando em como o espaço poderia ser ocupado diariamente em capacidade plena, para além dos grandes eventos na plataforma, e aproveitando a variedade de salas que estavam à disposição para uso. Para isso, era preciso conhecer as demandas dos grupos que já frequentavam o local e desenvolviam suas atividades ali.
A reunião com o título “A Estação Cultura que Queremos”, foi organizada de forma aberta e com a metodologia “World Cafe”, levou três perguntas de mapeamento sobre as necessidades em relação ao espaço, os incômodos e as propostas (ideias) para colaborar com a nova gestão. A partir da sistematização dessa reunião, surgiu o Laboratório de Produção Cultural da Estação Cultura.
O Laboratório de Produção Cultural foi a metodologia de gestão da Estação Cultura de 2014 a 2016, envolvendo 6 frentes de trabalho: Gestão Compartilhada, Produção Colaborativa, Comunicação Colaborativa, Formação, Memória e Relações Interinstitucionais e teve como objetivo implementar um sistema permanente de gestão compartilhada, contando com envolvimento, integração e participação das iniciativas culturais que frequentavam e utilizavam o espaço, buscando construir e potencializar processos culturais e artísticos em rede, com foco na Estação Cultura. Contou também com a participação de redes parceiras, formada por coletivos, universidades, pontos de cultura e agentes culturais, além de outras iniciativas interessadas.
Dentro da frente de Gestão Compartilhada, a Estação Cultura também promoveu alguns espaços nos quais a sociedade civil organizada dividiu responsabilidades de organização e programação. Entre esses espaços, a Sala dos Toninhos, o espaço do Hip Hop, a sede do Coletivo de Salvaguarda de Capoeira, o Vagão de Teatro de Bonecos, o Ateliê da Estação Cultura e a AMFEC (Associação de Modelismo Ferroviário de Campinas).
A frente de formação, em parceria com a Escola Municipal de Cultura e Arte (EMCEA) a Rede Usina Geradora, foi fundamental para a frente de produção colaborativa, com destaque para as turmas dos cursos de produção cultural, teatro e iluminação, que produziram o espetáculo épico “O Auto de Elesbão”, um cortejo pelas ruas do centro, em 10 de dezembro de 2016.
Ao longo dos três anos do Laboratório, passaram pela Estação Cultura aproximadamente 1 milhão de pessoas e a metodologia participativa se mostrou bem sucedida, conseguindo atender a maior parte das demandas apresentadas na reunião inicial em termos de gestão participativa e programação.
O Ponto de Cultura NINA
O Ponto de Cultura NINA – Associação Núcleo Interdisciplinar de Narradores e Agentes Culturais – é formado por uma rede que produtores, atores e atrizes; dramaturgos, educadores, articuladores da cultura, contadores de histórias, mediadores de leitura, ativistas, músicos, artistas visuais, midialivristas, arteiros-digitais e agentes/gestores culturais. Foi fundado em 2006, na cidade de Campinas e organizado juridicamente como uma entidade da sociedade civil sem fins lucrativos, em 2008. É reconhecida como Utilidade Pública Municipal pela Lei Nº 14.715; de 06 de novembro de 2013.
Desde sua existência, desenvolve pesquisas, atividades e ações voltadas à mediação de leitura, à tradição oral, às artes cênicas e à construção de políticas públicas para a cultura. Nestes anos, realizou inúmeras ações voltadas para promoção do livro e da leitura em espaços como: teatros, praças, escolas, bibliotecas, SESC’s, universidades, livrarias, comunidades e outros. Selecionada no Concurso Pontos de Leitura 2008 – Edição Machado de Assis, desenvolvido pelo Ministério da Cultura (MinC), passando a ser reconhecida como integrante da Ação Ludicidade do Programa Cultura Viva e da Rede de Pontos de Leitura do Programa Mais Cultura e integrando e atuando oficialmente pela Rede Nacional de Pontos de Cultura.
Lançamento do Laboratório de Políticas Públicas, na UFRJ/RJ (Outubro/2012)
Encontro Sem Terrinha do MST, em Americana/SP (Outubro/2011)
Wai’á Rini – O Poder dos Sonhos / Xavante
Terra Indígena Parabubure/MT (Agosto/2013)
Interações Estéticas com Griôs do Ponto de Cultura Coepi
em Pirenópolis/GO (Março/2013)
Vivência da Pedagogia Griô com o Ponto de Cultura Matakiterani
Lages/SC (Abril/2011)
Encontro da Rede Ação Griô em Rio Grande e Porto Alegre,
durante passagem por Pelotas/RS (Julho/2012)
Curso de Extensão da Pedagogia Griô com
CEDIPP – Diversitas/USP/SP (Dezembro/2012)
Vivência da Pedagogia Griô com o Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô,
na Comunidade do Quilombo do Remanso – Lençóis/BA (Junho/2011)
Composição e Edição:
Everaldo Cândido
Neander Heringer
Fotos:
Neander Heringer
Textos:
Alessandra Ribeiro
Everaldo Cândido
Marcelo Ricardo
Marcos Brytto
Maria Cecília Campos
Diagramação
e arte final:
Lucas Titon
Executivo:
Lerrania Lima
Produção:
Ponto de Cultura NINA
Realização:
Rede Usina Geradora de Cultura
Parceria:
Casa de Cultura Fazenda Roseira &
Jongo Dito Ribeiro
Apoio:
Mandato da Deputada Federal Leci Brandão
Produzido no 2º semestre de 2022 pela Rede Usina Geradora de Cultura e Ponto de Cultura NINA.
Contatos – Emails: somostoninhos@gmail.com & ninaemrede@gmail.com | Fones: (19) 98422.3244 & (19) 98453.2050